No final de semana passado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um pedido público para que a China aumentasse em quatro vezes suas importações de soja norte-americana.
Essa solicitação impulsionou o mercado, visto que na manhã de segunda-feira (11), o contrato spot na Bolsa de Chicago subiu mais de 2%.
Neste momento, a China é a maior consumidora mundial de soja, tendo importado 105 milhões de toneladas em 2024, com cerca de 21% provenientes de lavouras norte-americanas, totalizando 22,1 milhões de toneladas.
Exportações dos Estados Unidos
De acordo com a consultoria Datagro, é improvável que as vendas dos Estados Unidos para a China alcancem o volume sugerido por Trump. Alcançar 88 milhões de toneladas exigiria aumentar em 69% as exportações totais dos Estados Unidos em 2024 e em 39% seu recorde histórico de embarques em 2020.
Apesar de improvável, um aumento significativo nas vendas dos produtores norte-americanos poderia resultar numa potencial perda de mercado para o Brasil, considerando a alta representatividade brasileira no mercado de soja (acima de 70% em 2024).
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Uma eventual perda de participação no mercado chinês poderia pressionar os preços domésticos e os prêmios, já que não há outros países com potencial de consumo de soja como a China. Mercados alternativos, como Espanha, Tailândia e Turquia, têm um porte muito menor e efeito limitado sobre as cotações. O tamanho real de um eventual acordo de compras com os Estados Unidos será crucial para medir os riscos e as alternativas de escoamento da soja brasileira, de acordo com a consultoria Datagro.
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